Em entrevista, o cantor e compositor Michael Sullivan fala dos 40 anos de carreira e da importância do Ecad
Em 2016, o cantor, compositor e músico Michael Sullivan comemorou 40 anos de carreira. Autor de músicas clássicas cantadas por diversas gerações, como “Um dia de domingo”, “Whisky a go-go” e “Parabéns da Xuxa”, seu nome consta no Guiness Book como membro da dupla de compositores, ao lado de Paulo Massadas, com maior número de discos nas paradas de sucesso no menor espaço de tempo. Na entrevista a seguir, publicada no Letras&Notas, Sullivan relembra sua trajetória e conta seus projetos para o próximo ano.
LETRAS&NOTAS: Qual é a sua inspiração para compor?
MICHAEL SULLIVAN: O que me inspira, primeiramente, são as pessoas. Depois, penso em quem vai cantar. Imagino a Alcione, o Roberto Carlos ou o Fagner gravando a minha música, ou as novas vozes, como Thiaguinho. Eu me transformo neles. Por isso, faço canções de todos os estilos, pois o artista te dá essa inspiração.
L&N: De todas as suas composições, qual foi a que mais te marcou?
MS: Falar das composições é como falar de um filho, são quase 1.250 músicas. É difícil falar de uma preferida. Mas tem pelo menos umas 100 que foram mais importantes nessa minha trajetória. Para a minha história como compositor, primeiro foi “My life”, quando eu estourei no mundo todo há mais de 40 anos cantando em inglês. Depois de “My life” foi “Um dia de domingo”, com Gal Costa e Tim Maia, que foi um divisor de águas. É uma música clássica, foi considerado um dos 10 maiores duetos da música popular brasileira.
L&N: Qual a importância do Ecad na sua trajetória?
MS: O Ecad é fundamental para a nossa música e para o direito autoral. Eu vivo de música e há quase 45 anos eu dependo desse órgão para viver. Ele é um presente nosso, que nós conquistamos e pertence aos autores. O Ecad é importante para o artista, compositor, autor, músico. Para quem vive de música, o Ecad é tudo.
L&N: Como você vê a questão da inadimplência dos usuários de música?
MS: Ela é muito alta porque as pessoas não querem pagar. Fazem festa, mas não querem pagar o Ecad por causa do custo. Mas a festa depende de música! A festa só existe porque existe o autor. Tem que lembrar disso.
L&N: Como estão os projetos para comemorar os 40 anos de carreira?
MS: Para 2017, tenho um projeto de músicas infantis com músicas minhas e do Paulo Massadas, da época do Trem da Alegria e da Xuxa. Essas canções estão sendo regravadas por Michel Teló, Thiaguinho, MC Guimê, Lexa, Ludmilla, Marcos e Belutti, Buchecha… Toda essa nova geração está cantando “Uni-duni-tê”, “É de chocolate”, “Carrossel de esperança”, “He-man”, “Brincar de índio”. Além desse, também tenho um projeto de músicas inéditas com vários parceiros.
L&N: Qual conselho você daria para quem está iniciando a carreira?
MS: É preciso ter muita fé. Há mais de 40 anos, Roberto Carlos me falou que a sua arte pode ser grande do jeito que for, mas tem que ter sempre alguém que acredite em você. Hoje em dia, tem que chamar a atenção através das redes sociais, fazer um clipe, cantar, você tem que se mostrar e, principalmente, acreditar no seu sonho, como eu acreditei no meu.