Ecad nega acusação de praticar cartel
BRASÍLIA. Suspeito de formação de cartel, junto com seis associações que fazem parte de sua estrutura, segundo avaliação da Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) divulgou nota negando a prática, considerada infração à ordem econômica. A justificativa do Ecad é a de que a música não é um bem de consumo.
"O sistema de gestão do Ecad e das associações que o compõem não pode ser considerado um cartel, pois as atividades de arrecadar e distribuir direitos autorais não são de natureza econômica, já que a música não pode ser caracterizada como um bem de consumo a ser ditado pelas regras de concorrência", diz o comunicado.
Para a SDE, no entanto, há indícios de que o Ecad e suas associações estariam agindo contra a concorrência, por estipularem em conjunto os preços cobrados pela execução de músicas nacionais e estrangeiras em lugares públicos. O órgão informou ao GLOBO, em matéria publicada ontem, que vai instaurar processo administrativo.
De sua parte, o Ecad informou que, por duas vezes, a própria SDE teria afirmado que não se trata de infração à ordem econômica, mas apenas o exercício legítimo dos autores em poder estabelecer o valor a ser atribuído às suas criações musicais, prerrogativa conferida pela Constituição Federal.
De acordo com a entidade, em 2009 foram distribuídos R$ 318 milhões para 81.250 titulares de música. A receita poderia ser maior, observou o Ecad, se não fosse o alto nível de inadimplência de estabelecimentos e emissoras de rádio e TV.